No barco da vida que
navego cego
O mar bravio de
desencantos e desencontros.
Hora lançado as costas
rochosas escarpadas,
Hora soprado por vento
forte mar adentro.
Sem mapa, sem vela, sem
direção,
Sem remo, sem leme ou
tripulação.
Preso ao timão finjo
dar sentido e rumo ao barco
Que vai levado pelas
correntes de Netuno.
Ventos, tempestades,
oceanos abissais
Parecem querer
sugar-me, num instante não mais.
Abatem as ondas torpes
ao casco da embarcação.
As tábuas simulam
quebrar, mas o desejo diz não.
A vida não é remar,
tampouco dar direção,
A vida não tem leme,
apenas ilusório Timão.
Somos náufragos no mar
de incertezas,
vivendo de sim quando
tudo parece que não.
Amarildo Serafim –
17/04/2013
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