quinta-feira, 28 de março de 2019

São assim os beija-flores


São assim os beija-flores mata adentro vem e vão,
Eis tanto indo e vindo, deixaram doce meu coração.
Uma bela em forma e cor, com encantos de colibri,
Tal bela roubou-lhe as cores, ficando ela tão furta-cor.

Não bastasse só encantos que o ser mulher lhe conferia,
Invejou o encanto da ave que ao meu jardim coloria.
Deixou-lhe monocromático, sem o esplendor de cada dia,
Pobre colibri descorado, alvejado pela minha kalipigia.

Não choreis, pobre ave, perdoe a inocência desta menina.
Tão absorta ficara ela na beleza de suas cores e plumas
Que sequer necessitara de mais brilho, só meus amores.
Sequer necessitara de outros cantos, só meus louvores.

Devolvei ao colibri, ó minha Vênus, toda beleza excedente.
Pois, a beleza que nele é justa em vós é sempre torrente.
A luz que nele resplandece de vós sempre emanente.
Os lábios e o corpo que me acalentam é o vosso sempre.

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