Sou mais um integrante
Militante desta massa sem pão.
Filho com identidade,
Abandonado pela mão nação.
Sou mais um retirante
Sem esperança, na espera do sul.
Pra onde caminha meus passos, e
Donde espero nuvens no céu azul.
Sou garçom! Sou garçonete!
Sou trombadinha de canivete!
Tenho talvez culpa, mas não a educação,
Moro numa casa esgueirada no chiqueirão.
Sou pedreiro! Sou dona-de-casa!
Sou empregada sem patrão!
Busco já faz muito tempo,
Poder servir sem ser servidão!
Sou Índio, primeiro dono desta terra!
Sou negro, não vim aqui por minha querela!
Sou europeu, submeti toda esta gente,
Bastou-me o sinal da Cruz e o grilhão da corrente!
(Amarildo Serafim – 30/01/03)
Nenhum comentário:
Postar um comentário