terça-feira, 5 de julho de 2011

Oração

Dera-me saber-te, Oh Sabedoria.
Saber dos teus desejos, causa da minha Euforia.
Saber dos teus prazeres, razão da minha Alegria.
Saber dos teus prantos, e porque do mundo já não és o encanto.
Não fiquem inertes meus ouvidos, ao toque doce do timbre tom de tua voz.
Que me sacie, em aqüíferas fontes cristalinas, a sede desta vida;
Vislumbre meus olhos, o Justo e a Justiça, o Puro e a Pureza,
O Belo e a Beleza, o Bem e a Bondade, bem assim: ao nato e ao natural.
Anele-se minha carne pelo Prazer, não um qualquer, mas a Pleno e à Plenitude.

Oh Sabedoria que seja, eu, prendado na arte da Compreensão.
Também dos Postulados, dos dogmas, das Leis, da Ética.
Mas acima de tudo do humano no seu máximo e no seu mínimo,
Nas suas Posses e Possessões, na sua Liberdade e Prisões,
Na sua Vitória e Limitações, na suas Dúvidas e Decisões,
No seu Triunfo e Decadência, na Lucidez e na Demência,
Na Saúde e no Padecer, no auge da Vida e no Falecer.

Prendado eu seja não só em Vida, mas em Mistérios que há na Vida.
No mistério da vida Ardente, Quente e Semovente.
No mistério da vida Quieta, Fria e Latente.
No mistério da Sabedoria, que quanto mais se Sabe menos se Conhece.
Quanto mais se Busca mais se tem a Buscar,
Quanto mais humano se torna, mais humanos temos de nos tornar.
Quanto mais se caminha para o fim, mais às origens temos de retornar.

Não que seja a vida fato cíclico, mas é mistério antagônico seu desfraldar.

(Amarildo Serafim – 13/05/2003)

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