Que tal fazermos como nos velhos tempos,
Ao invês de postar na rede, arquivar no pensamento?
Ao invés de tudo guardar, para pinçar um só instante,
Deixar a vida decantar e ver o que boia, obstante.
Porque a vida não é o que fica e sim o que marca.
Tampouco o que cinje, mas o que desata.
E o coração é o garimpeiro de tudo que a memória retém,
É ele que separa do tempo que tivemos o que levamos ao que se tem.
Ah tempo, sábio tempo! Breve tempo!
Quem me dera tê-lo inteiro.Não apenas um momento.
Te quero ao meu dispor e não quero ser teu passatempo.
Ah tempo, ingrato tempo, urgente tempo tiritante.
Para que tanta brevidade, redundante urgência temporal?
Sempre exististe e existirás, contudo nunca foste tão escasso.
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