Se
coração servisse pra outro fim
que
não fosse encher o peito de dor.
Se a
paixão tivesse reta intenção
que
não fosse fazer sofrer por amor.
Se
gostar de quem se ama servisse
pra
alimentar, do mais amar, sua chama.
Se
devotado a esse fim servisse pra evitar
lágrimas
derramadas no escuro, na cama.
Se
mesmo, que plenamente isento de outro amar,
desejar
a quem se ama prestasse pra trazer
alívio
ou sossego ao coração desejante,
que
mesmo sabendo impossível ou improvável tal amante.
Se
as flores de todos jardins contadas e cantadas em poesia
abrissem
numa só manhã, a mais bela que haveria,
E
colorir em tons vários de variadas cores a vida,
Aí
sim mais amar valeria pena, valeria o empenho.
Por
enquanto mais amar é dor, como o cristo doeu no lenho.
Mais
amar é necessário, mais amar é um desalento.
Nada
que conforte ou conforme o coração sedento.
Apenas servidão a
amada de quem aguarda sustento.
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