sábado, 21 de janeiro de 2012

Ode a Filha das Areias

Onde estás, ó Virgem Filha
Das Tribos de Ismael?
Pois, desde sempre, a muito
Tempo estou a te esperar.

Conte-me teus sonhos e,
Neles me guarde eternamente.
Encerra, tu e a mim nos sonhos,
E sonhe-os agora e sempre.

Onde estás, ó Virgem Filha?
Conta-me o teu viver,
Diga-me do teu pranto,
Se, vem ele do teu sofrer.

Sabei ó Virgem filha,
Vou retesar meu arco e flecha,
Embainharei a minha espada
De guerra não mais viverei.

Viverei do beijo seu
Do abraço seu,
Vou nutrir-me do teu mel,
Vou beber do leite seu.

Vou prestar-lhe obediência,
Vou ser sempre um guardião,
Toda habilidade da batalha
Sempre a sua disposição.

Não choreis, ó Virgem Filha,
Estou de cavalo a cavalgar.
Vou pôr-me a serviço do teu senhor
Em troca de poder te amar.

O vento que me toca a face
Enxuga as lágrimas, alivia o pranto.
A palavra da tua boca
Acalma a alma e dá acalanto.

Esperai ó Virgem filha,
Muita espera não haverá.
Entrarás em minha tenda
Amante e Mulher serás.

Teus lábios, nos lábios meus.
Teu corpo, no corpo meu.
A alma e coração, contudo,
Apenas um pra você e eu.

Amarildo Serafim - 12/2005