Atendendo pedidos de
mulheres não conformadas,
Ei de tecer um novo
poema para as não representadas.
No tear de minhas rimas
vesti mais de mulheres mil,
E ainda mais este é
pouco, deste poeta varonil.
Tentei tecer por nomes,
mas nomes muitos sobrarão,
Tentei tecer por
idades, feitos, peitos e condição.
Ainda que eu teça dos
mais belos aos milhares
Serei sempre devedor
dos vossos rigorosos desejares.
Por mais que este poeta
use falar das mais gerais,
Cada mulher quer ser
única dispensando suas iguais.
No desejo da
consciência querem ser fonte de inspiração,
no tear de poemas novos
ou nas pinturas feitas a mão.
Mulheres de beleza
singular dos dotes mais plurais,
como oferecer-te um
conto, poema, talvez mais,
Sem insistir naqueles
mesmos antigos temas,
Já cantados,
repetidos, massivos ou triviais?
Dispenso dizer de
flores roxas apenas pra rimar com coxas.
Tampouco quero rimas
bonitas, mas na essência, das mais chochas.
Não quero evitar o
feio, só pra não rimar com seio,
Não posso evitar o
belo, ou não seria poema, nem meio!
Não quero usar
palavras ditas como Dama ou bendita,
Uma Dama mal amada e
nos altares apodrecendo benditas.
Vou evitar palavra
indecente apesar de rimar caliente.
Talvez invente um termo
novo para evitar o decadente.
Amarildo Serafim –
14/03/2012