terça-feira, 13 de março de 2012

Poema sob encomenda...

Atendendo pedidos de mulheres não conformadas,
Ei de tecer um novo poema para as não representadas.
No tear de minhas rimas vesti mais de mulheres mil,
E ainda mais este é pouco, deste poeta varonil.

Tentei tecer por nomes, mas nomes muitos sobrarão,
Tentei tecer por idades, feitos, peitos e condição.
Ainda que eu teça dos mais belos aos milhares
Serei sempre devedor dos vossos rigorosos desejares.

Por mais que este poeta use falar das mais gerais,
Cada mulher quer ser única dispensando suas iguais.
No desejo da consciência querem ser fonte de inspiração,
no tear de poemas novos ou nas pinturas feitas a mão.

Mulheres de beleza singular dos dotes mais plurais,
como oferecer-te um conto, poema, talvez mais,
Sem insistir naqueles mesmos antigos temas,
Já cantados, repetidos, massivos ou triviais?

Dispenso dizer de flores roxas apenas pra rimar com coxas.
Tampouco quero rimas bonitas, mas na essência, das mais chochas.
Não quero evitar o feio, só pra não rimar com seio,
Não posso evitar o belo, ou não seria poema, nem meio!

Não quero usar palavras ditas como Dama ou bendita,
Uma Dama mal amada e nos altares apodrecendo benditas.
Vou evitar palavra indecente apesar de rimar caliente.
Talvez invente um termo novo para evitar o decadente.

Amarildo Serafim – 14/03/2012