sábado, 20 de abril de 2013

Nau Frágil


No barco da vida que navego cego
O mar bravio de desencantos e desencontros.
Hora lançado as costas rochosas escarpadas,
Hora soprado por vento forte mar adentro.

Sem mapa, sem vela, sem direção,
Sem remo, sem leme ou tripulação.
Preso ao timão finjo dar sentido e rumo ao barco
Que vai levado pelas correntes de Netuno.

Ventos, tempestades, oceanos abissais
Parecem querer sugar-me, num instante não mais.
Abatem as ondas torpes ao casco da embarcação.
As tábuas simulam quebrar, mas o desejo diz não.

A vida não é remar, tampouco dar direção,
A vida não tem leme, apenas ilusório Timão.
Somos náufragos no mar de incertezas,
vivendo de sim quando tudo parece que não.

Amarildo Serafim – 17/04/2013

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