quinta-feira, 19 de julho de 2012

Lamento das Pedras

Que Lembranças eram estas
ali nas pedras tão dormentes?
Que dizeres, que pensares 
repousam ali eternamente?


Que atos de fatos eram
para um olhar tão reticente?
Olhar de quem busca afagos 
por existir tão decadente.


Apesar da pedra nua nada há de aparente. 
Nada que dê notícia, dê resposta convincente.
Apesar das palavras sobrou um olhar tão tristemente.
Como que a busca de uma pista perdida ou latente.


Escorrida há tantos anos mais ainda assim aparente
Pelos entres de tantas pedras escorreu foi vida de gente, 
Que apesar de perdidas por tais tantos de entres 
ainda persistem em ser vida num ser tão semovente.


Foram-se indo meio às pressas ou 
escorrendo qual vela em procissão. 
Sobrou-se foi só, só no mundo tão demente, 
sem moedas e terras, só pedras, só sementes.


Pedras de muitas frestas; 
Frestas com muitos entres.
Contendo esperanças parcas,
Esperanças parcas de gente.


Amarildo Serafim (15/07/2012)